Propomos uma rota de abundância energética, com a meta de atingir 80% de produção renovável até 2030, acompanhando a tendência global de eletrificação da economia e duplicação do consumo de eletricidade até 2050. A aposta estará nas fontes renováveis e limpas como a solar, eólica e hidroelétrica, no abandono progressivo e realista dos combustíveis fósseis, e no aumento da capacidade de armazenamento. Para que esta transição seja bem-sucedida, é essencial reformar o mercado de energia, tornando-o mais ágil, transparente e competitivo, com preços que incorporem os custos sociais das emissões de gases com efeito de estufa. Defendemos que a redução da pobreza energética passa pela expansão da produção renovável e pela baixa dos preços da eletricidade, e não por intervenções diretas nos preços que distorcem o mercado e afastam o investimento. Para desbloquear o potencial da transição, é preciso acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis e criar condições para investir em infraestruturas energéticas e na exploração sustentável de recursos estratégicos, como o lítio, o gás natural - que, enquanto ativo estratégico num mundo instável, não pode ver proibida a sua exploração, como hoje é em Portugal, ao contrário de vários países europeus –, e as terras raras, sempre respeitando as populações locais e garantindo compensações justas.