Com base nos programas eleitorais apresentados, é possível identificar convergências e divergências entre o PS e o Livre no que respeita à coesão territorial:

Livre:

• Defende a concretização da regionalização no território continental como garante da coesão territorial e desenvolvimento equilibrado.
• Visa garantir o princípio da continuidade territorial em áreas como educação, ciência, cultura e desporto, atenuando assimetrias relacionadas com a insularidade.
• Propõe estimular as economias regionais através do associativismo, limitação do licenciamento de grandes superfícies, apoio aos mercados municipais, políticas de compras públicas locais e moedas locais.
• Defende a fixação e capacitação da população em territórios de baixa densidade através de medidas de discriminação positiva e incentivos alargados a residentes e estudantes.
• Pretende garantir o acesso a serviços de primeira necessidade nas cidades médias e territórios de baixa densidade, reforçando as redes de educação, habitação, saúde, justiça e mobilidade.
• Propõe a concretização do PNPOT, promovendo a relação entre centros urbanos e espaços rurais e a adoção de uma ótica regional na revisão dos Planos Diretores Municipais (PDM).
• Defende o reforço das verbas para a Direção Geral do Território, para sistemas de informação geográfica.
• Defende planos regionais de infraestruturas e transportes, com a caracterização das redes de transporte coletivo e a adequação de cada modo a cada unidade territorial.

Partido Socialista:

• Considera a coesão territorial um imperativo nacional, benéfico tanto para o interior quanto para o litoral, visando igualdade de oportunidades e acesso a serviços de qualidade em todo o território.
• Defende a criação de instrumentos de apoio ao emparcelamento em territórios de baixa densidade, com financiamento favorável à fixação de pessoas.
• Visa valorizar as regiões costeiras de baixa densidade, integrando os portos secundários na logística nacional e promovendo a articulação interior-litoral.
• Propõe a criação de redes territoriais de proximidade para informar e capacitar os atores locais sobre financiamento europeu.
• Defende a concretização de novas ligações transfronteiriças e o reforço da cooperação ibérica.
• Apoia a aplicação do princípio da descentralização e da subsidiariedade, fortalecendo o papel das CCDR e entidades intermunicipais na gestão de fundos europeus.
• Visa dinamizar a integração de serviços desconcentrados nas novas CCDR e territorializar instrumentos financeiros inovadores adaptados às realidades regionais.
• Defende uma reforma do sistema de planeamento territorial, com planos de ordenamento mais estratégicos e coerentes entre os níveis municipal, intermunicipal e regional.
• Propõe a uniformização do sistema de informação do IFAP e medidas de apoio às fileiras características dos territórios de baixa densidade.

Em suma:

Ambos os partidos manifestam preocupação com a coesão territorial e propõem medidas para valorizar o interior e os territórios de baixa densidade. O Livre enfatiza a regionalização e o PNPOT, enquanto o PS aposta na descentralização, nas CCDR e no planeamento territorial integrado.