Investir na saúde, na educação e na qualidade de vida das crianças é construir um futuro melhor para todos. A realização plena das crianças, dos adolescentes e dos jovens exige a criação de boas condições para que possam socializar, conviver, brincar e aprender, reforçando o seu direito à vida, à saúde e a uma educação de qualidade. Exige igualmente que as famílias tenham condições para acompanhar as diferentes fases do seu crescimento. O desenvolvimento do País impõe políticas que garantam que isso se faça em circunstâncias de igualdade para todas as crianças. O défice demográfico, que se agravou nos últimos anos, não é uma fatalidade, antes o resultado da degradação de direitos, salários e condições de vida, que impulsionam a emigração e limitam a livre decisão de ter filhos. O incentivo à fixação de jovens e à natalidade é decisivo para a substituição de gerações no futuro e para o desenvolvimento do País. Os baixos salários, a precariedade, o desemprego, os horários de trabalho desregulados, o aumento do custo de vida, as dificuldades no acesso à habitação e à saúde, os custos ou insuficiência de equipamentos sociais de apoio à infância, a insuficiente protecção social, os atropelos aos direitos de maternidade e paternidade, são factores cruciais que condicionam a decisão dos pais. O respeito pelos direitos das crianças e pelo seu desenvolvimento integral, a par da inversão da quebra demográfica exigem soluções transversais, integradas e duradouras.