Os programas do PS e do Chega apresentam algumas diferenças nas suas propostas para o setor das energias renováveis:

• Prioridades:

  • O PS pretende acelerar o investimento em energias renováveis, como a solar (fotovoltaica e térmica), eólica, renováveis no mar, biomassa, geotérmica e gases sustentáveis (biometano e hidrogénio). Visa também a liderança europeia nas tecnologias limpas.
  • O Chega, embora defenda a incorporação de energias renováveis, demonstra preocupação com os custos para as famílias e a dependência externa, defendendo a transparência das opções políticas.

• Produção e Consumo:

  • O PS defende a produção descentralizada de eletricidade a partir de fontes renováveis, envolvendo a administração pública e autarquias locais, e a simplificação do licenciamento para a produção de energia, incentivando a instalação de energia solar em telhados.
  • O Chega prioriza a produção descentralizada, o autoconsumo e a instalação de baterias, em detrimento de grandes projetos solares fotovoltaicos, defendendo a instalação de painéis solares para aquecimento de água e a utilização de biomassa florestal para climatização de edifícios públicos.

• Gases Renováveis:

  • O PS propõe uma aposta nos gases renováveis, através de leilões de compra centralizada e da regulação da injeção na rede de gás, e o aproveitamento de recursos de biomassa para a produção nacional de biogás.
  • O Chega defende a implementação de corredores de gás natural para ligação com a Europa, visando reduzir a dependência de recursos energéticos provenientes de leste.

• Eficiência Energética:

  • O PS pretende fomentar o investimento na melhoria do desempenho energético e hídrico de edifícios e equipamentos municipais, alargando os apoios do Fundo Ambiental aos municípios, e aplicar o IVA de 6% a toda a fatura de energia elétrica para famílias com potência contratada até 6,9 kVa.
  • O Chega propõe a aplicação da taxa de IVA reduzida (6%) para mão-de-obra, materiais e equipamentos relacionados com a melhoria do comportamento térmico em edifícios e apartamentos destinados à habitação.

• Armazenamento de Energia:

  • O PS pretende concretizar uma Estratégia Nacional de Armazenamento de Energia até 2026, acelerando o investimento no reforço da capacidade atual, através de baterias associadas a parques eólicos e fotovoltaicos.
  • O Chega defende a implementação de soluções de armazenamento de energia elétrica, tendo por base a flexibilidade dos sistemas de energia através da conversão de energia armazenada (mecânica, química, térmica, etc.) em eletricidade e injetada na rede.

• Outras fontes de energia:

  • O Chega propôs a realização de um estudo técnico-económico com vista à autonomia energética via Energia Nuclear, proposta que foi rejeitada pelos restantes partidos.

Importa notar que ambos os partidos manifestaram preocupação com a pobreza energética e a necessidade de garantir o acesso à energia a preços acessíveis.