As grandes infraestruturas têm de ser integradas, garantindo a sua natureza e gestão públicas, numa visão de médio e longo prazo do desenvolvimento e incorporação de produção nacional. O Plano Nacional de Investimentos PNI2030 deve ser redefinido para dele excluir em definitivo o recurso ao modelo das PPP, e deve apontar como infraestruturas estratégicas: a construção faseada do Novo Aeroporto Internacional de Lisboa (NAL) no Campo de Tiro de Alcochete com o encerramento progressivo da Portela; a Alta Velocidade na ligação Lisboa/Porto, complementar à actual Linha do Norte, mas entrando em Lisboa pela TTT (Terceira Travessia do Tejo), depois de passar no NAL; a construção da TTT em modo rodo-ferroviário entre Chelas e Barreiro, com a nova ligação ferroviária Lisboa/Évora em Alta Velocidade; concluir a discussão do Plano Nacional Ferroviário, partindo da proposta já objecto de discussão pública, corrigindo-lhe as muitas insuficiências e removendo as causas dos atrasos na concretização das obras de construção e modernização da infraestrutura; acelerar a modernização da rede ferroviária em todas as suas componentes (via, electrificação, sistemas de controlo e telecomunicações) designadamente na extensão total das Linhas do Douro, Vouga, Beira Alta, Oeste, Leste, Alentejo, Algarve e Cascais, e a ligação Évora-Caia em curso, a reabertura de outras linhas e ramais, como o da Figueira da Foz e da Lousã, a construção de novas como Braga/ Guimarães ou ligação a unidades industriais, parques logísticos, portos e capitais de distrito. Na rede rodoviária exige-se um programa de beneficiação e renovação das estradas nacionais e municipais, a requalificação da rede nacional de Autoestradas, assegurando ainda que a mesma efectue a ligação a todas as capitais de distrito. O fim do modelo PPP vai libertar recursos que devem ser potenciados. De imediato, as portagens devem ser eliminadas em todas as ex-SCUTS e nas áreas metropolitanas; permitirá também reduzir para metade a taxa hoje paga no ISP para financiar as PPP e ainda assim aumentar as verbas disponíveis para a manutenção e reparação da infraestrutura através de uma reconstruída EP (Estradas de Portugal). Urge um forte investimento na rede de portos nacionais, reforçando a gestão pública, fomentando uma lógica de comple mentaridade em vez da concorrência entre portos.